Esta criação inspirou-se na personagem feminina Blimunda, do livro O Memorial do Convento de José Saramago, ponto de partida desta viagem. Mas é mais do que isso, é uma reflexão expressão do sentido do feminino deixado no século XVIII, da mulher sábia que “vê” para além do normal, da que é afastada, deportada, ou mesmo morta por ter dons, da que sabe porque sabe, da que sustém, suporta as suas emoções de forma discreta, da que não se cansa de trabalhar e fazer o que tem de ser feito, que é companheira, da que continua sem nunca duvidar, da que se entrega sem nada esperar, da que acredita sem mostrar, da que honra a lealdade e o sacro oficio, da que procura até encontrar, da que cuida e dá forma, da que sabe esperar e amar.